Pesquisar neste blog

domingo, 25 de maio de 2008

Aprendendo a viver a liberdade e a felicidade em Deus (Mt 6,24-34) (25/05/08)

Aprendendo a viver a liberdade e a felicidade em Deus

Caríssimos irmãos e irmãs,

        A liturgia desse oitavo domingo do tempo comum nos convida mais uma vez a voltar o nosso coração e a refletir sobre a grande realidade que somos chamados a viver: a liberdade e a felicidade em Deus. Jesus, durante os dias em que conviveu conosco nesta terra, como nos narram os evangelhos, sempre desejou e atuou para que fôssemos homens e mulheres livres de todo tipo de escravidão: da escravidão da lei, do egoísmo, das doenças, dos poderes maléficos; enfim, da escravidão de nós mesmos e das coisas que construímos ao nosso redor. Jesus, porque é Deus e conhece os corações dos homens, percebeu que o maior dom de Deus, e o que o homem mais preza, é a liberdade, porque é por meio da liberdade que podemos ser mais humanos, mais nós mesmos, mais felizes, mais semelhantes a Deus. Por isso, ele não mediu nenhum esforço para nos tornar mais livres, ensinando-nos a lei do amor, pois só o amor liberta. A salvação que Jesus nos trouxe, e que é oferecida em todo tempo da nossa história aos homens e mulheres de todas as raças e línguas, consiste justamente nisso: ser livre em Deus pelo amor. Só amando e deixando-se amar pelo nosso Deus, que nos ama com o amor infinito de uma mãe, é que podemos dizer de sermos salvos. Como bem nos lembra o profeta Isaías, na primeira leitura: "Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu porém, não me esquecerei de ti." Mas a liberdade humana em Deus, que nos conduz a uma autêntica vida, exige de nós vigilância e perseverança para não ser perdida. E é justamente isso que Jesus, na boa nova do Evangelho deste domingo vai nos alertar,  sobre o perigo das riquezas. Jesus, começa o seu evangelho deixando bem claro qual deve ser a nossa atitude diante das riquezas: "Ninguém pode servir a dois senhores; pois ou odiará  um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro".  Com essa afirmação, é claro que Jesus não quer condenar as riquezas, pois ele mesmo é consciente que com elas podemos socorrer os pobres, acabar com as injustiças, com a fome, com a miséria, promover a cultura dos menos favorecidos, resgatar a dignidade de tantos irmãos que a perderam; enfim, construir com elas já nesta terra, o reino de Deus. O que Jesus, nos alerta com esta afirmação, irmãos, é que devemos ter cuidado para não nos apegar demasiadamente às nossas riquezas e fazer delas o nosso deus, como normalmente somos tentados. De fato, as conseqüências, se isso viesse acontecer, seriam terríveis para as nossas vidas. Perderíamos a nossa liberdade, porque nos tornaríamos não servidores, mas escravos do dinheiro. Perderíamos a nossa paz, porque os nossos dias seriam uma contínua corrida na busca de mais riquezas e as nossas noites preenchidas pela preocupação de defendê-las dos ladrões. Perderíamos as nossas verdadeiras amizades, porque muitos nos amariam não pelo que somos, mas pelo que temos. Perderíamos a nossa capacidade de sermos mais solidários, generosos, cheio de compaixão, porque fechados nas nossas mansões criaríamos, entre nós e os menos favorecidos, uma barreira que não nos permitiria tocá-los, ajudá-los e, mais ainda, de experimentar um sorriso simples do pobre, um dom gratuito de quem tem pouco para compartilhar.  Diante desse perigo, Jesus nos convida a não nos deixar aprisionar pelo laço fascinante das riquezas e a prezar pela nossa vida e pela nossa liberdade; porque valemos muito mais que os pássaros dos céus, que os lírios do campo. Não percamos a nossa paz e a nossa vida na busca desesperada do que comer, vestir e possuir, porque isso já fazem aqueles que não têm fé. Para Deus, a nossa vida é preciosa e digna de ser vivida com toda intensidade e dignidade.  Por isso, como Pai providente, ele nos dará no momento certo o que necessitamos para sermos felizes, quer materialmente, quer espiritualmente, se soubermos confiar nele. "Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé?". 

Façamos das riquezas, portanto, instrumentos para construir o reino e conquistar a nossa liberdade e vida.

                Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

 

Antônio Oliveira Rocha

antoniooly@yahoo.com.br



Instale a Barra de Ferramentas com Desktop Search e ganhe EMOTICONS para o Messenger! É GRÁTIS!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Prezado Antônio,

    veja como o Espírito Santo é um vento que sopra onde quer: pensei muito em abranger esse tema na minha reflexão mas depois que a terminei, percebi que ele não tinha aparecido, pelo menos, explicitamente. Aí veio a sua reflexão que abrangeu esse ponto! Que maravilha! Nosso Deus é grandioso e nós, felizes, por nos deixarmos usar por Ele! Obrigado por suas palavras!
    Humberto

    ResponderExcluir