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domingo, 17 de agosto de 2008

Deus presente.. Alegria plena (Lc 1,39-56) (17/08/08)


 

DEUS PRESENTE, ALEGRIA PLENA!

 


 

 

Caríssimos,

 

a Igreja hoje celebra a SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA. Penso como essa verdade pode soar estranho para nossos irmãos evangélicos e também para alguns de nós católicos quando não compreendemos seu verdadeiro sentido. Precisaríamos de tempo para aprofundar algumas idéias e esse não é o objetivo principal desta reflexão. Por hora basta sabermos que foi durante o pontificado do Papa Pio XII, em 1950, que o Dogma da Assunção de Maria foi definido. Ignoramos como e quando se deu a morte de Maria, desde muito cedo celebrada como dormição. Baseada na própria Palavra de Deus que diz que "o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 6:23), a Igreja entende que sendo Maria escolhida para ser a Mãe do Salvador, o Senhor dignou-se preservá-la da mancha do pecado em atenção aos méritos de Cristo, que sendo Deus, não podia nascer do pecado. Assim, Maria, sem pecado, não poderia MORRER como todos os pecadores (morte seja entendida aqui como separação eterna de Deus e de sua graça). Desta verdade surge a solenidade de hoje em que Igreja declara que Maria foi assunta ao céu de corpo e alma.

 

Maria é, portanto, a criatura que atingiu a plenitude humana na salvação. Para nós, cristãos, a ressurreição é a etapa final da salvação. Nesse sentido, Maria elevada ao céu é imagem e modelo da criatura plenamente salva, liberta, realizada. Em Maria podemos também nós, criaturas como ela, experimentar o gosto da realização e da graça que nos está reservada pelos méritos de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

 

Todos os Evangelhos deixam evidências desta realização livre e plena de Maria. Atendo-me ao trecho de hoje, gostaria de chamar a atenção para a presença de Deus em Maria manifesta pela alegria do Espírito que inunda Isabel e João ainda em seu ventre.

 

Não posso deixar de lembrar algumas pessoas que passaram pela minha vida e que foram como Maria naquele encontro com Isabel. Cada um de nós tem pessoas assim. Lembro-me de uma monja beneditina que encontrei em Curitiba no ano 2000. Com seus 84 anos, perfeitamente lúcida e ativa me disse, entre boas gargalhadas, que esperava ansiosamente o esposo Jesus a chamar, mas Ele parecia estar esquecendo-se dela, supostamente porque a missão dela ainda era neste mundo. Tocou-me quando disse-me que iria rezar por mim e anos mais tarde quando a encontrei lembrou-se de meu nome e da promessa que havia feito. Não posso descrever com simples palavras o que meu coração sentiu na presença daquela alma alegre e generosa. Saí de lá mais leve, feliz, cheio do Espírito, com o coração tremulando de alegria, tal qual João Batista no ventre de Isabel. Que maravilha termos essas bênçãos em nossa vida! Sinais claros da presença de alguém maior, mais sublime, mais puro, que ousamos chamar de Pai.

 

Na solenidade de Maria ASSUNTA AO CÉU que eu possa, com essa reflexão, entender que também devo ser sinal de Deus na vida de outras pessoas. Quanto mais perto dEle eu estiver mais serei imagem fiel daquele que me chamou à vida! Apesar das minhas imperfeições e pecados Ele conta comigo pois na minha fraqueza é que Ele sente-se à vontade para demonstrar o poder do seu Amor!

 

Humberto Selau Inácio
humberto@ciser.com.br

www.reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com

 

CURIOSIDADE 1: Na estrutura do ano litúrgico da Igreja temos uma hierarquia em 3 níveis entre as celebrações que merecem maior destaque e atenção: memória, festa e solenidade, sendo esta última a de nível mais alto. O domingo tem sempre precedência por ser o Dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia, por excelência da Eucaristia. Quando uma solenidade cai no domingo, como no caso de hoje, a Igreja quer indicar a estreita relação entre a solenidade celebrada e o mistério pascal (paixão morte e ressurreição de Jesus). De fato, a Igreja celebra hoje, em Nossa Senhora, a realização do mistério pascal nas criaturas, das quais Maria é modelo.

 

CURIOSIDADE 2: Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, DOGMAS não são inventados pela Igreja que obriga verticalmente todos os católicos a acreditarem. O DOGMA é uma definição clara e precisa de uma verdade revelada por Deus (seja pelas Escrituras, seja pela Tradição Apostólica) e aceita por todos os fiéis ao longo do tempo que a Igreja, em seu ministério, promulga como verdade absoluta para que todo fiel saiba no que pode crer sem temor de equívocos.


 


Mais perto quero estar

ANDRÉ VALADÃO


 

Mais perto quero estar meu Deus de ti!
Mesmo que seja a dor que me una a ti,
Sempre hei de suplicar: mais perto quero estar!

Mais perto quero estar meu Deus de ti!

Andando triste aqui na solidão
Paz e descanso a mim teus braços dão.
Sempre hei de suplicar: mais perto quero estar!

Mais perto quero estar meu Deus de ti!

E quando Cristo, enfim, me vier chamar,
Nos céus, com serafins eu irei morar!
Então me alegrarei perto de ti, meu Rei!
Perto de ti, meu Rei, meu Deus, de ti!

 



Humberto Selau Inácio
humberto@ciser.com.br

www.reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com



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