Prezados irmãos. As leituras de hoje nos chamam a atenção para o desprezo que às vezes fazemos com os nossos semelhantes menos favorecidos pela sorte. Na carta de Tiago percebemos que todos nós fazemos distinção entre as pessoas importantes e as pessoas não importantes.
No evangelho, o tema da discriminação continua. Vejam. Os habitantes da região de Tiro e Sidônia, eram tradicionalmente repudiados pelo judaísmo. Mais Jesus esteve lá porque Ele não excluía ninguém do seu plano de amor.
Nós somos o contrário. Nós excluímos, discriminamos e ignoramos os nossos irmãos.
Quando eu ignoro um irmão, é o mesmo que dizer: Eu amo a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo excluindo você. Porque ignorar alguém é o mesmo que cancelar essa pessoa da minha vida. É o mesmo que impedir que ele caminhe do meu lado na estrada da vida. Então eu digo: Você fique lá atrás que eu vou caminhando aqui na frente, afinal eu sou mais importante que você.
Ignorar é o mesmo que excluir alguém. É tentar apagar aquela pessoa da nossa mente, embora ela continua em nossos pensamentos. É uma maneira silenciosa e fria de cancelar alguém, fazendo com essa pessoa fique sem ambiente e finalmente tome a decisão por si de se retirar daquele meio social. É uma maneira tão fria que se diz: Vamos dar um gelo nele ou nela. É por isso que ignorar é o mesmo que matar alguém.
Ignorar é pecado porque entra em choque com o ensinamento de Jesus: Trate os outros como você gostaria de ser tratado por eles. Ninguém gosta de ser ignorado, mais muitos preferem ignorar, em vez de ter uma conversa franca com aquela pessoa, e dizer: Nós não combinamos por causa do seu jeito ou da sua mania de dar ordens, de falar alto, de me corrigir, etc. E geralmente depois de um atrito desse tipo, as duas pessoas passam a se aceitar mutuamente, acontecendo uma grande amizade muito mais sincera, porque as arestas entre elas foram todas aparadas. A diferença foi tirada.
É por isso que ignorar é o mesmo que dizer: Eu não suporto você, porque você me incomoda, você me irrita, me aborrece porque você é igual a mim. Isso porque não suportamos uma outra pessoa igual a nós na nossa frente. Quando você diz: a voz daquela garota me irrita, com certeza o jeito dela é igual ao seu jeito. Ela é líder, extrovertida, e você também é assim. Aí aconteceu um choque de valores e de defeitos juntos que chamamos de antipatia. Veja. Não existem pessoas antipáticas em si, mas sim pessoas que me são antipáticas. Nós não toleramos outra pessoa igualzinha a nós no mesmo ambiente em que convivemos. A nossa tendência é falar mal daquela pessoa, ressaltando os seus defeitos os quais são iguais aos nossos. Jesus, não agia assim, ele nos ensinou com o seu exemplo de vida a tolerar a todos. Os que nos são simpáticos e os que nos são antipáticos. Jesus em seu ministério, aboliu a distinção entre povos impuros, os gentios, e povos considerados puros, ou seja, os judeus.
"E naquele momento os ouvidos do homem se abriram, a sua língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade."
A surdez e a dificuldade em falar provoca uma inibição nas pessoas sujeitas a um poder opressor diante das demais. Jesus, comunicando-se com elas, remove esta inibição. Então aqueles gentios que tiveram a felicidade de experimentar a convivência com a pessoa de Jesus enchem-se de admiração por Ele e passam a anunciar para todos tudo o que eles viam Jesus fazer. Dessa maneira, os gentios passa a ser missionários em seu próprio território.
Que Deus nos ajude a aceitar os nossos irmãos do jeito que eles são. E cumprir com o nosso dever de cristãos imitadores de Cristo em contribuir da melhor maneira possível para o crescimento do nosso irmão na fé, e consequentemente, dar a ele condições de descobrir e corrigir os seus defeitos. Mais devemos recorrer ao Espírito Santo para que nos ajude a conseguir enxergar o momento psicológico de fazer isso com a devida caridade, para não magoar o nosso irmão.
Sal
http://reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com/
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