Misericórdia e não sacrifício (Mt 3,13-17) (21/09/09)

"Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes." Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores."

Os fariseus discriminavam as pessoas que não seguiam a risca as tradições e a Lei, rotulando-as de pecadoras, e atribuindo a eles próprios a qualidade de justos. Mateus era um publicano cobrador de impostos e por pegar sempre uma parte do que arrecadava, havia ficado rico. Mais como vivia em constante contato com pessoas simples consideradas impuras e porque não levava muito a sério a observância das tradições religiosas, passou a ser considerado pecador pelos escribas e fariseus. Jesus fez questão de sentar-se à mesa com aquela gente justamente para dar uma lição nos falsos justos representantes da classe dominante. 

  Com a sua atitude e suas poucas palavras, Jesus mostra aos fariseus que não obstante os seus sacrifícios e oferendas apresentadas no templo, eles são mais impuros do que os gentios e publicanos.

E para criticar ou corrigir a maneira antiga e obsoleta que os judeus usavam para agradar a Deus, ele afirma "Eu quero a misericórdia e não o sacrifício". 

Com isso, Jesus estava dizendo que de nada adiantava os sacrifícios feitos no templo, se os fariseus e escribas não eram misericordiosos para com os excluídos daquela sociedade.

Meus irmãos. O que Jesus está nos dizendo nesse evangelho de hoje para o dia de hoje?  Jesus está nos dizendo que não quer que subamos o morro de 600 metros de altitude caminhado de joelhos para colocar flores no altar na imagem de barro da santa que se encontra na capela lá no alto, em perdão dos pecados ou para conseguir uma graça, como ainda o fazem alguns irmãos e irmãs. O que Ele quer, é que sejamos misericordiosos, caridosos uns com os outros. Jesus não quer sacrifícios como as promessas de rezar 500 Pai Nossos, mas sim, Ele quer misericórdia. Ele quer que ajudemos a nossa Igreja, os desabrigados das cheias, os que sofrem por causa da seca, os pobres espalhados por este Brasil a fora, e todos aqueles que batem a nossa porta ou que estendem as suas mãos em busca de uma ajuda.

E quando Jesus nos diz hoje que Ele não veio chamar os justos mais sim os pecadores, está nos dizendo que a nossa energia dedicada na evangelização, não deve se dedicar somente àqueles que estão rezando, comungando, indo à missa, mas sim às ovelhas desgarradas. Como por exemplo, a grande massa de jovens que não comparece a missa.

Prezados irmãos. Não podemos ficar acomodados e satisfeitos com uma missa participada ou assistida por crianças e idosos. Precisamos correr atrás dos jovens. Como? Não sei. Só sei que precisamos encontrar uma fórmula de atraí-los. Talvez modificando ou atualizando a nossa Igreja em termos de colocar  menos tradição e adicionar  mais presente e mais futuro, para que a juventude ao entrar no templo se sinta num ambiente que também é condizente com a sua faixa etária, para que se sinta em casa,  e não como  uns peixes fora d'água num ambiente da terceira idade.

 Eu não estou criticando a minha Igreja que é maravilhosa por ser fundada pelo próprio Cristo. Pelo contrário, estou aqui para defendê-la, e para contribuir para sua melhoria, porque sou feliz por ser católico e jamais mudarei de religião. Mais só acho que não devemos ficar agarrados a certas tradições como os escribas e fariseus. Se Jesus estivesse aqui hoje certamente  estaria combatendo ou corrigindo alguma coisa que damos muita importância em detrimento de outras que requerem soluções imediatas. Precisamos correr atrás de alguns prejuízos que aconteceram exatamente por que ficamos acomodados ao longo do tempo.  

 

Sal

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