"Preparai o caminho do Senhor. Todos os vales serão aterrados, e todos os morros e montes serão aplanados. Os caminhos tortos serão endireitados, e as estradas esburacadas serão consertadas.
E todos verão a salvação que Deus dá."
João está pregando na borda do deserto, nas proximidades do rio Jordão. Está anunciando a vinda do Menino Jesus. Ele prepara "o caminho do Senhor" para uma nova terra, a terra prometida, uma terra onde o Judaísmo foi desfigurado, o povo descriminado, oprimido e até escravizado, pelo governo teocrático do Saduceus e outros privilegiados. João Batista é aquele que anuncia a solução definitiva para tudo isso desde que façamos a nossa parte. Desde que endireitemos os nossos caminhos e trabalhemos na construção de um mundo novo de justiça e paz, a qual encontra sua plenitude em Jesus, o Filho de Deus.
A sua missão local é discernir e libertar o povo das falsas ideologias emanadas do poder econômico, associado ao poder político-religioso centralizado em Jerusalém pela aristocracia dominante.
João Batista na esperança de que o Messias vai realizar isso e muito mais, sugere que devemos mudar totalmente a nossa perspectiva de vida.
Colinas ou montes e vales representam hoje os altos e baixos da nossa personalidade. Um dia estamos com Deus, e no outro dia o expulsamos de nós pelo pecado cometido. João nos exorta a parar com essa vida de aproximação e afastamento de Deus.
Caminhos esburacados são os pequenos pecados veniais, que vão esburacando e enfraquecendo o nosso estado de graça, até se transformar em uma cratera que só uma confissão pode aterrar.
Caminhos tortuosos são os nossos vacilos de fé. Uma guinada para a direita, quando estamos em alta com a nossa fé. Uma virada para a esquerda é quando surge uma dúvida, um questionamento, que é digno daquele puxão de orelha que Jesus deu a Pedro. "Porque duvidaste? Homem de pouca fé".
João nos convida a endireitar a nossa vida espiritual para que nos tornemos menos indignos de receber o Filho de Deus. Assim como precisamos hoje nos tornar menos indignos de receber Jesus nas aparências de pão e de vinho.
E faremos isso quando precisamos. Quando ao pecar gravemente, voltemos a amizade com Deus através de uma boa confissão. E é bom que façamos uma boa limpeza em nossa alma procurando o sacerdote para receber Jesus Menino. Para que a nossa alegria na noite de Natal não seja uma alegria meramente social, mais sim uma alegria celestial. Uma alegria que brota de nosso interior modificado pela presença de Cristo. Uma alegria que não é apenas pelo presente que ganhamos ou pela embriaguês da bebida que tomamos. Mas sim, uma alegria de quem está comemorando o aniversário de Cristo, aquele que quis ser o alimento da nossa alma e que recebemos através da Hóstia Consagrada.
A satisfação de fazer as pazes com o irmão, de perdoá-lo, e de voltar a desejar a ele um feliz natal do fundo da alma, não só a ele, mas a todos os irmãos e irmãs do nosso convívio.
Advento é a espera desse momento maravilhoso! Cristo não vai nascer no próximo dia 25 de dezembro. Vamos comemorar o seu aniversário. Mas Ele pode e deve nascer ou renascer em cada um de nós.
Sal
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