Os judeus estavam muito preocupados com a fama cada vez mais crescente de João Batista. Por isso enviaram uma Comissão de Inquérito para investigá-lo.
João Batista reage diante da comissão investigadora, composta principalmente de levitas que eram a polícia do Sinédrio, centro do poder econômico, político, religioso e ideológico.
O centro do poder está querendo saber quem é João Batista. Nessa época, em toda a Palestina surgiam movimentos messiânicos revolucionários e reformistas. Os Judeus com medo de perder o domínio da sociedade, querem saber se João Batista é o Messias. Por isso mandaram uma comissão investigadora até ele.
E a resposta de João é contundente: Eu não sou o Messias.
A comissão investigadora quer saber se João é Elias, o profeta que prega a fidelidade à Lei de Moisés. No tempo de Jesus, muitos acreditavam que a prática da Lei provocaria a vinda do Messias. João Batista nega ser Elias. Em outras palavras, ele não é reformista. Não veio para "pôr panos quentes" na situação. Pelo contrário, está anunciando alguém que trará algo totalmente novo.
"A Lei foi dada por Moisés, mas o amor e a fidelidade vieram através de Jesus Cristo" (1,17).
Não basta cumprir a lei por cumprir. É necessário a prática do amor ao próximo, o que os judeus não faziam. Pelo contrário, eles exploravam o povo carente em nome da Lei, em nome de Deus. Está aí, a preocupação em saber se João era o Messias que iria dificultar o exercício de seus privilégios injustos.
A comissão de inquérito não se contenta, e insiste em querer saber quem é João Batista.
Após ter negado ser o Messias, Elias e o Profeta, ele confessa: "Eu sou uma voz gritando no deserto: 'Aplainem o caminho do Senhor', como disse o profeta Isaías" (versículo 23). Quem é, portanto, João Batista? Uma voz que grita no deserto. O deserto recorda a caminhada do povo de Deus rumo à liberdade e à vida. João, portanto, é alguém que prepara o povo para a libertação que irá acontecer em Jesus. Por quê? Porque os caminhos do Senhor foram "entortados" pela injustiça praticada por aqueles que se faziam de santos, e essa injustiça gerava a morte dos inocentes.
A preocupação e o medo dos judeus lembra-me um fato ocorrido em uma certa comunidade. Aquela linda, sensual e experiente mulher, fingindo ser uma devota de Maria, aproximou-se do recém-chegado e jovem sacerdote àquela comunidade, tentando seduzi-lo. Ela evitava a companhia das santas mulheres da paróquia, chamando-as de beatas e chegou ao ponto de ameaçar fazer escândalo, se o padre não largasse a batina para se casar ou ficar com ela. Foi uma situação muito desagradável, que prejudicou a imagem daquele sacerdote, e quase prejudicou a imagem da Igreja, pois muita gente no início, pensou que ele era um leviano, para não dizer um pervertido. Porém o padre não tinha culpa.
Mas contra o poder e a justiça de Deus, não há tentação que possa sobreviver. Apareceu do nada um advogado que conhecia aquela jovem mulher, e, assumindo a defesa do padre, esclareceu tudo em uma reunião do Conselho pastoral. Não tenho maiores detalhes desse caso, mas pelo que sei, a justiça foi feita. A moça foi convidada a frequentar outra paróquia, os fofoqueiros se calaram, e o padre jovem permaneceu naquela comunidade por mais dois anos fazendo um ótimo trabalho.
É assim. Quem faz coisas erradas tem medo daqueles que vivem diante da luz de Deus.
Sal.
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