Não matei, não roubei, por isso não tenho pecados. Infelizmente tem gente que ainda pensa assim. Se o pecado contra o próximo se resumisse em matar, acho que uns 80% da humanidade estaria salva. Porém, Jesus no Evangelho de hoje nos explica mais detalhes, que querem dizer que não basta evitar o ato de matar alguém, para poder nos escapar do pecado.
Todo tipo de ofensa, já nos enquadra na família de pecados filiados ao "não matar." E a causa número um das ofensa, é o nosso egoísmo, que gera injustiça, que é causadora de conflitos.
Vejamos. O meu egoísmo me faz sentir com plenos direitos de fazer o que eu bem entender. Adoro ouvir música barulhenta a todo volume, e ninguém tem nada a ver com isso. Portanto, eu ligo o meu possante aparelho de som nas alturas, não me importando se entre os meus vizinhos tem alguém doente, idoso, dormindo ou estudando. Assim, por causa do meu egoísmo extremo, eu agora estou cometendo uma injustiça.
E consequentemente, os meus vizinhos vão reclamar os seus direitos de descansar, de dormir, de ver televisão, de estudar etc., sem serem perturbado. Aí está formado o conflito entre eu e os meus vizinhos.
Toda essa trama, no fundo é uma questão lógica. Veja.
Premissa maior: Egoísmo - Eu sou egoísta, e quero tudo para mim, pois tenho o direito de fazer tudo o que eu bem quero.
Premissa menor: Injustiça - Faço barulho sem me importar se estou prejudicando ninguém.
Inferência ou conclusão: Conflito - O conflito está formado.
Em resumo, o nosso egoísmo nos leva a sermos injustos, e consequentemente, a injustiça gera todo tipo de conflitos.
E todos os nossos conflitos com os nossos irmãos, produz um mal-estar no relacionamento entre nós, ao qual chamamos de ficar de mal. E este estado de mal com o vizinho, além de nos fazer mal, pois ficamos com um peso na consciência que só termina quando fazemos as paz com nosso irmão, nos dificulta a aproximação com aquele que disse: Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
Quando o conflito acontece, podemos estar do outro lado. Podemos ser a vítima e neste caso estamos reclamando os nossos direitos. Geralmente esta posição não nos conduz a uma situação de pecado contra o próximo, desde que não exageramos nos métodos de reivindicações dos nossos direitos. Ou seja, desde que não partamos para a vingança.
Sal.
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